Publicada em 26/09/2023 – Fonte: ASCOM
Um trabalho inédito está sendo desenvolvido na UFSJ: o Projeto Trajetória, encabeçado pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEN), junto às coordenadorias de curso, colegiados, Núcleo Docente Estruturante (NDEs), professores, secretarias de curso e discentes.
O projeto visa mapear e analisar dados de ingresso, evasão, trancamento, diplomação e perfil de renda e gênero, considerando a história de cada curso, a empregabilidade do campo de trabalho e o perfil do alunado nos últimos dez anos. O objetivo é promover um diagnóstico robusto do cenário do ensino de graduação e a proposição de estratégias individualizadas para o enfrentamento dos desafios encarados por cada um dos 54 cursos de graduação da UFSJ.
Para isso, o projeto foi dividido em três linhas de ação: a primeira, já em andamento, consiste em reuniões individualizadas com os coordenadores de graduação para análise dos dados, compreensão situacional e levantamento de estratégias e demandas. O segundo passo será as execuções de tais estratégias propostas; por fim, a terceira etapa consistirá na apresentação do painel global a toda a comunidade acadêmica, com a exposição de propostas para ações comuns para todos os campi da Universidade.
Essa iniciativa é de fundamental importância para estabelecer estratégias específicas de acordo com as dificuldades encontradas. “Temos cursos com baixa entrada e alta permanência. Outros, já encontram o oposto, ingresso com turmas completas, mas alta taxa de cancelamento e trancamentos. E, em outros casos, os desafios estão na integralização, ou seja, na finalização e diplomação. O impacto desses cenários pode ser percebido no número de vagas ociosas do curso”, explica a pró-reitora de Ensino, Cristiane Finzi.
Passo a passo
Nas reuniões individuais, os coordenadores recebem um painel com todas as informações acerca dos números de ingresso, trancamento, evasão e outros detalhes dos últimos dez anos, periodicamente atualizados. Isso permite que se mapeie não somente a trajetória do curso, mas também relacionar os dados com a situação socioeconômica e política do país. “Vimos um comportamento atípico nas evasões entre 2015 e 2016, que parece refletir as mudanças políticas e sociais do Brasil”, destaca Finzi.
A mudança de perfil dos alunos também chama a atenção da pró-reitora, especialmente no pós-pandemia. “Um denominador comum que tem aparecido bastante é em relação à saúde mental e emocional dos alunos. Essa é uma questão que vai necessitar de ações mais amplas, em parceria com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis.”
A ideia do Projeto Trajetória, então, é viabilizar o acesso do discente à Universidade. Aqui, de acordo com Finzi, o acesso é entendido como ingresso, permanência e formação desses estudantes. “Não são apenas as medidas financeiras necessárias para evitar a evasão. São necessárias estratégias maiores, que abarquem todas as outras demandas. Por isso chamamos o projeto de Trajetória: queremos que os cursos entendam a realidade em que estão inseridos, para além de dados e números”, ressalta.
Percurso
A primeira etapa de reuniões será finalizada em 10 de outubro, e o envio de propostas de ações podem ser encaminhadas pelos coordenadores até o início de novembro. A execução do projeto está prevista para janeiro de 2024. Fique por dentro de todos os detalhes na página da Proen.
Texto: Gabriella Canuto (ASREC)
Foto: Dávila Martins (ASREC)